quarta-feira, 28 de março de 2012

Museu de Arte Antiga



Situado na rua das Janelas Verdes que faz ligação com o contíguo largo de Santos-o-Velho, a nascente, e com o sítio da Pampulha, a poente, da onomástica desta rua lhe vem o nome pelo qual é popularmente conhecido – o de Museu das Janelas Verdes. Característica artéria, ainda hoje semeada pela memória de antigos palácios, igrejas e conventos, convertidos na actualidade nos mais diversos fins, a sua localização, alcantilada sobre o rio e a zona portuária, confere-lhe uma envolvência cenográfica invejável. 
A meio da rua, frente à primitiva entrada principal do museu, abre-se um pequeno largo de planta em U, denominado largo do Dr. José de Figueiredo (primeiro director do Museu) cujo projecto é da responsabilidade de Reinaldo Manuel dos Santos (1731-1791), datável de 1778. Também de sua autoria é o desenho do pedestal do chafariz cuja parte superior recebe um grupo escultórico representando Vénus e Cupido, executado pelo escultor António Machado (-1810).
Mais adiante, na extremidade ocidental do edifício, abre-se um pequeno jardim construído sobre a chamada Rocha do Conde de Óbidos, formação rochosa sobre a qual se situavam outrora, de um lado
o palácio dos condes de Óbidos (actuais instalações da Cruz Vermelha) e do outro um antigo convento feminino, o designado convento das Albertas. Este convento já não existe e no seu lugar ergue-se, hoje em dia, a ala do museu edificada no final dos anos de 1930, enquanto a pequena cerca do convento foi transformada num jardim público – o Jardim 9 de Abril – que dá acesso à entrada principal e que liga, através de duas longas escadarias que tiram partido da topografia, com a avenida 24 de Julho, toponímia do antigo Aterro oitocentista. 
Coleção
A colecção do Museu Nacional de Arte Antiga integra o mais vasto acervo de obras nacionais e estrangeiras existentes no país. A variedade dos objectos de Artes Plásticas e de Artes Decorativas e a extensão do horizonte temporal em que se inscrevem – do século XII ao século XIX –, dão corpo a uma colecção expressiva da diversidade de origens geográficas – Portugal, Europa e Oriente. 
Pintura
Considerada globalmente, a colecção de pintura abrange cerca de 2200 obras que vão do século XIV aos anos vinte do século XIX. Integra a pintura portuguesa, a pintura europeia e os núcleos de iluminura e de miniatura. 
Escultura
A colecção de Escultura é constituída por cerca de 2500 obras. Teve a sua origem no processo de extinção dos conventos (1834), na transferência do espólio da Real Academia de Belas Artes, de Lisboa, e na aplicação da lei de separação da Igreja do Estado (1911), tendo o seu enriquecimento patrimonial prosseguido com legados, doações e aquisições. Entre os legados destacam-se o do poeta Guerra Junqueiro e, entre as doações, a de Calouste Gulbenkian e a dos herdeiros do Comandante Ernesto Vilhena. Em exposição permanente encontram-se 10% de todos estes exemplares.

Ourivesaria
A colecção de ourivesaria é constituída por cerca de 2100 peças abrangendo um período do século XII ao século XIX, distribuídas fundamentalmente por dois núcleos: ourivesaria portuguesa e ourivesaria francesa. A colecção integra ainda um significativo conjunto de peças indo-portuguesas bem como um pequeno mas importante grupo, praticamente inédito, de cruzes medievais em metais não preciosos.

Cerâmica
A colecção de Cerâmica inclui cerca de 7500 peças em faiança e porcelana de diversas origens e de diferentes fabricos europeus, nacionais e orientais. À origem conventual do acervo juntaram-se outros objectos vindos das colecções reais ou provenientes de legados e aquisições.
Mobiliário
A colecção de mobiliário é constituída por cerca de 1700 peças distribuídas por três núcleos principais: mobiliário português, mobiliário europeu e mobiliário luso-oriental.

Têxteis
Colecção constituída por cerca de 4500 peças distribuídas por quatro núcleos bem diferenciados, tanto pela técnica como pela função: paramentos e alfaias litúrgicas do século XIV ao século XIX, colchas bordadas dos séculos XVII e XVIII, tapeçarias do século XVI ao século XVIII e tapetes orientais e portugueses do século XVI ao século XVIII.

Vidros

A colecção de vidros é constituída por cerca de 1400 peças com grande variedade de tipologias.Cerca de metade da colecção de vidros é de fabrico português. Os centros de proveniência são a pioneira fábrica do Covo – que terá laborado desde o século XVI até aos finais de oitocentos – e a Real Fábrica de Coina, em laboração entre 1719 e 1748, altura que foi transferida para a Real Fábrica da Marinha Grande. Refira-se ainda o período de produção de vidros da Fábrica da Vista Alegre, entre 1824, ano da sua fundação, até 1846.


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